O projeto da loja colaborativa instalada no Mercado Novo, em Belo Horizonte, parte de uma linguagem brutalista e essencial, que valoriza a pré-existência e o fazer manual. A arquitetura preserva as camadas do tempo — o concreto aparente, os pilares marcados por tintas e grafites, os tijolos expostos e o teto rústico — elementos que revelam a história do edifício e conferem identidade ao espaço.
A intervenção se dá por meio de volumes puros em madeira clara, blocos de concreto e superfícies brancas, criando um contraste intencional entre o novo e o antigo. O mobiliário é composto por cubos, bancadas e prateleiras modulares que sugerem flexibilidade e uso coletivo. As luminárias tubulares reforçam a linearidade e a crueza da composição, enquanto os provadores e detalhes pretos marcam a entrada de um gesto contemporâneo e minimalista. Trata-se de um espaço pensado não apenas para o comércio, mas como lugar de encontro e troca, em sintonia com o espírito comunitário e autêntico do Mercado Novo.
Fotografia: Juliano Arantes